Contabilidade

DRE na contabilidade: entenda o que é, como fazer e como analisar

Vinicius Roveda Vinicius Roveda | Atualizado em: 02/04/2024 | 12 mins de leitura

Sobre o que estamos falando?

  • A Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) é um dos principais relatórios contábeis, pois permite verificar a saúde financeira da empresa;
  • Saber analisá-la e apresentar as informações de forma que seu cliente entenda pode ser um diferencial do seu trabalho;
  • Com a Conta Azul Mais, você pode emitir o DRE gerencial para obter diversos indicadores importantes para as empresas que você atende. Conheça!

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Você sabia que pode apresentar um diferencial importante com a DRE na contabilidade? Além de ser um documento obrigatório para algumas empresas, esse relatório contábil é um aliado para a gestão do negócio, pois possui muitos dados relevantes do negócio.

Mas mostrar como está a saúde financeira da empresa não é a única função da DRE. O relatório também é utilizado pelo governo para verificar se os impostos foram calculados corretamente e pelas instituições financeiras na hora de decidir se investirão na empresa.

Nos próximos tópicos, você vai ver como explorar o potencial da DRE para valorizar seu trabalho e ajudar os seus clientes a tomarem decisões importantes baseadas em dados.

Homem olhando gráficos de um relatório no computador

Importância da DRE na contabilidade

A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é um relatório contábil que reúne os principais indicadores financeiros de uma empresa em um determinado período de tempo e mostra se as suas operações estão tendo lucro ou prejuízo.

Em conjunto com o Balanço Patrimonial, esse é o principal demonstrativo contábil que você pode apresentar ao seu cliente, já que contém o resumo dos resultados do negócio. Porém, por mais completa e detalhada que seja a DRE, é preciso um certo domínio dos conceitos contábeis para compreendê-la.

Isso significa que a maioria dos seus clientes não vai entender nada — nem valorizar seu trabalho — se receber esse relatório sem uma boa explicação.

Logo, esse pode ser o seu grande diferencial competitivo: traduzir os termos e a importância desse documento, mostrando que você é um parceiro estratégico do cliente e está pronto para oferecer um manancial de informações valiosas.

Afinal, se bem desenvolvida, a DRE é uma espécie de mapa do tesouro, que avalia o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultados positivos. Ela também mostra como está a saúde financeira e fornece dados para que o dono de negócio possa tomar decisões que tragam mais ganhos.

E se o lucro é o objetivo principal das empresas, nada melhor do que apresentar um detalhamento do resultado do exercício, explicando os principais pontos de atenção com altas despesas e mostrando os meses de melhor desempenho.

Além disso, é possível usar a DRE para realizar uma análise tributária e estudar possibilidades de reduzir a carga de impostos e para obter dados que podem ser usados em outros relatórios contábeis.

Mas não são só as empresas e os contadores que utilizam a DRE para conseguir informações importantes. É por meio dela que o governo verifica se os impostos foram calculados corretamente e para conferir se o lucro declarado nela é o mesmo apontado pelos sócios no IRPF.

Bancos e analistas financeiros também podem pedir o demonstrativo para avaliar a rentabilidade do negócio e decidir se darão crédito para a empresa. Já investidores costumam analisá-la para verificar o risco de aplicar dinheiro na empresa.

Como fazer a DRE?

A DRE na contabilidade já possui um modelo estabelecido pela Lei 6.404/1976, que deve ser seguido para todos os tipos de empresas.

Certamente, algumas empresas terão variação nos tipos de despesas, custos e até mesmo nas receitas, mas a sua estrutura básica deve ser obedecida.

Segundo o artigo 187 da lei, a Demonstração do Resultado do Exercício discriminará:

  • A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  • A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  • As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
  • O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  • O resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para o imposto;
  • As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;
  • O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Um ponto importante que merece atenção é que a DRE deve ser preparada de acordo com o regime de competência — e não de caixa —, e aqui está a grande diferença entre a DRE e o fluxo de caixa, que sempre gera confusão nos empreendedores.

Ou seja: se uma compra de R$ 1.000 de material de expediente é feita em 4 parcelas, na DRE será apresentada a despesa que ocorreu na competência, no valor de R$ 1.000.

Já no fluxo de caixa, o valor aparecerá em quatro parcelas de R$ 250, pois se considera somente o momento em que foram debitadas.

Por que analisar a DRE

Muitas vezes, os empreendedores pensam apenas no saldo em caixa, mas não sabem da grande utilidade deste relatório como um aliado na gestão empresarial.

Com a DRE, é possível analisar se a empresa teve lucro ou prejuízo, quais despesas e custos estão mais elevados, quais foram os períodos mais lucrativos, entre outras informações cruciais.

Por isso, apresentar esse documento para o seu cliente em conjunto com o fluxo de caixa pode gerar uma percepção de valor diferenciada para o seu escritório de contabilidade.

Afinal, se você, com sua expertise, examinar a DRE do seu cliente por alguns minutos, certamente encontrará uma despesa que pode ser reduzida.

Tipos de análise da DRE na contabilidade

Além de analisar como a DRE é extraída do relatório do sistema contábil, também é possível fazer outros tipos de análises para identificar as principais variações no resultado.

Confira algumas opções a seguir:

Análise vertical da DRE 

Também conhecida como Análise de Estrutura, é feita de cima para baixo ou de baixo para cima, usando as colunas da demonstração. Ela é usada para identificar a participação de determinado indicador nos resultados.

Ao realizar uma análise vertical, você pode calcular qual foi o percentual de cada uma das despesas, receitas ou custos em relação ao faturamento bruto. Dessa forma, será possível notar de forma rápida e eficaz quais despesas contribuíram para reduzir o lucro do período, por exemplo.

Outra vantagem é a possibilidade de examinar questões voltadas à gestão patrimonial, como o percentual de receitas que a empresa tem a receber, o impacto dos investimentos e das despesas sobre o patrimônio total e o montante percentual de dívidas.

Análise horizontal da DRE

A análise horizontal tem como objetivo entender qual foi o aumento ou redução das contas ao longo de um intervalo de tempo determinado. Ela serve para comparar os valores atuais com os de períodos anteriores, o que permite tirar conclusões sobre a evolução da empresa.

Dessa forma, é feita uma comparação dos mesmos elementos, mas em exercícios diferentes. Com ela, fica mais fácil identificar valores discrepantes que precisam ser verificados com mais cautela.

A análise horizontal também fornece informações sobre como a empresa cresceu e também é usada para comparar a evolução dela com seus concorrentes e com o segmento no qual ela está inserida.

DRE Planejado x DRE Realizado

Por meio dessa análise, é possível descobrir se as metas estabelecidas foram alcançadas. Caso a resposta seja negativa, a empresa pode criar novas estratégias para chegar aos objetivos ou até revê-los.

Indicadores de resultados com base na DRE

Os dados da DRE também fornecem uma série de indicadores de resultados, para enriquecer ainda mais a análise financeira.

Estes são alguns exemplos:

  • EBITDA: esse indicador significa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), e serve para avaliar a realidade financeira de empresas de capital aberto;
  • Margem operacional: é o indicador que mede a eficiência operacional da empresa, dado pelo quociente entre o resultado operacional e a receita líquida;
  • Margem de lucro líquida: é a margem de lucro real, com todas as despesas e impostos subtraídos.

Mão de pessoa segurando uma caneta que aponta para gráficos de um relatório

A importância do controle e automatização de processos

Para que a DRE na contabilidade realmente tenha o efeito esperado, é muito importante conscientizar seu cliente de que todas as transações da empresa devem ser contabilizadas, por menores que sejam.

Não é raro ver empresários comprando material de escritório sem solicitar a nota fiscal no CNPJ da empresa e, dessa forma, mascarando sem intenção os verdadeiros gargalos de gastos.

Além disso, a automatização dos processos é essencial, tanto para poupar o tempo do contador com lançamentos manuais quanto para garantir que todos os dados sejam lançados em suas contas correspondentes.

Muitas vezes, os escritórios precisam lançar nota a nota e definir despesa por despesa, consumindo as horas que poderiam estar sendo investidas no apoio à gestão do cliente. Ao automatizar essas tarefas repetitivas, sua empresa ganha mais tempo para funções estratégicas e aumenta sua produtividade.

Outro ponto a se considerar é que, quanto maior a carga de trabalho manual, maior a chance de erro humano. Por isso, se você quer apresentar uma DRE fiel ao resultado contábil e financeiro da empresa, priorize a utilização de sistemas integrados e automatizados, como a Conta Azul.

DRE Gerencial na Conta Azul Mais

Nos últimos anos, o contador deixou de ser um realizador de trabalho burocrático para tornar-se um parceiro estratégico na gestão das empresas. Porém, para cumprir essa função da melhor forma, ele precisa de ferramentas que acelerem e otimizem seu trabalho.

Pensando nisso, desenvolvemos a Conta Azul Mais: uma solução contábil 100% online com tudo o que você precisa para gerenciar seus clientes e escritório.

Uma de suas funcionalidades é o relatório DRE Gerencial, que se integra ao sistema do seu cliente para gerar resultados em tempo real e oferecer os seguintes indicadores:

  • Receitas de venda
  • Despesas operacionais, custos e deduções
  • Resultado Financeiro
  • Tendências de resultado
  • Evolução e comparativos mês a mês

Assim, o relatório permite realizar projeções de crescimento da empresa, pois você obtém o histórico de dados e a média de lucro mensal, além de análises de evolução dos custos e os recebimentos.

Com a DRE Gerencial da Conta Azul, você pode filtrar os resultados por período e impactar seu cliente com uma análise aprofundada das finanças do negócio.

E o melhor: as informações são organizadas de forma simples, intuitiva e amigável, em gráficos altamente visuais.

Quer mais funções? Veja do que a Conta Azul Mais é capaz:

  • Gerar balancete, livro diário, livro razão e saldo inicial automaticamente;
  • Importar notas fiscais e gerar guias de pagamento em um clique;
  • Gerir pró-labores e lançar resumo da folha;
  • Conciliar dados bancários de forma integrada;
  • Controlar honorários e fluxo de caixa do escritório;
  • Visualizar toda a carteira de clientes em um único Painel do Contador.

Tudo isso com muito mais agilidade, automação e o privilégio de acessar os dados a qualquer hora e lugar, conectando seu sistema ao dos clientes na nuvem.

Assim, você vai redescobrir os insights valiosos da DRE e apoiar a gestão estratégica das empresas, ao mesmo tempo em que reduz custos e aumenta sua eficiência.

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